sábado, 17 de abril de 2010
Os Meus Filmes #2
Tinha 15 anos quando em 1982 vi Blade Runner, no Cinema Lido, Amadora.
Fascinou-me, ocupou-me o pensamento durante dias seguidos.
Quanto ao livro, até o tinha na estante, de Philip K. Dick "Do Android Dreams of Electric Sheep", da colecção que estava a fazer de ficção científica da Europa América, mas ainda por ler. A sua primeira edição foi em 1968.
No filme, a história fez-me reflectir sobre o sublime e o sinistro, a beleza, o medo, a vida e a morte, o bem e o mal, a natureza e a ciência.
Philip Kindred Dick morreu em 2 de Março desse ano e não chegou a ver a obra de Ridley Scott, lançada a 25 de Junho.
A cena que aqui coloco é das que melhor representa a magia do imaginário do filme e, sem qualquer hesitação, a minha preferida.
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Um daqueles filmes que tem de ser visto várias vezes; de preferência, em diferentes estádios da nossa vida, para melhor reflectirmos sobre as várias questões essenciais apresentadas sobre o espírito humano.
ResponderEliminarUma das que mais me perturba é aquela representada por Rachael: o que eu sou e o que eu lembro.
E se um dia acordasse sem me lembrar de nada ?
Continuaria a ser a mesma ?
Se me roubarem a memória, que sou eu ?
Ganho liberdade para me recriar ou desintegro-me e caio no vazio ?
Essa cena também é uma das minhas preferidas e Dick também um dos meus escritores de ficção científica predilectos. Ubik um dos meus livros de eleição.
ResponderEliminarPara mim a reflexão segue o sentido do que é real ou não real. O que é a vida e de facto quem és tu? Aquilo que sentes que és ou o que os outros te dizem que és?
A Virgínia trouxe questões bem pertinentes para a reflexão. Eu acho que a perda de memória nos dá liberdade para sermos quem quisermos. Mas...essa liberdade nunca pode ser total sem que os outros se esqueçam também de quem foste.
Porém, tu és o conjunto de escolhas que fazes, as veredas que tomas na vida, sem memória não és mais a mesma a não ser que passes outra vez por escolhas desse tipo, não?
Interessante tema de conversa
Criatura versus criador
ResponderEliminarEra suposto as criaturas não viverem mais que um determinado tempo senão desenvolviam sentimentos e se me lembro ele tinha tido um desgosto amoroso, uma tal Dayril Hanna.
Foi tudo um erro de cálculo, sempre o mesmo problema... a Matemática.
Só não me lembro em que cinema vi o filme mas deve ter sido no Tivoli :)
Sim, uma das mais belas cenas do cinema... A raiva que dá lugar à tolerância, o ódio ao amôr, a vida à morte perante a qual o negativo deixa de ter importância. É o espaço aonde o homem se vê ao espelho...
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