domingo, 25 de julho de 2010

Tabuinhas









Diz Rui Tavares, no Público de 19.07.2010, que o iPad, da Apple, marecia ser aclamado como uma "ferramenta do Renascimento" - chama-lhe até o "DaVinciPad". De facto, o iPad é uma criação tecnológica com inúmeras e variadas aplicações mas debrucemo-nos, por agora, na sua vertente como suporte de leitura e escrita.
É sabido que a Humanidade já percorreu um longo caminho desde os ideogramas e as tabuinhas de cera, passando pelos papiros e pergaminhos, pelos manuscritos e códices até chegar à tipografia e ao livro impresso. Ficamos por aqui? Não. Já todos estamos familiarizados com o ebook. E conquistados por ele?
Sou avessa à mudança. Rui Tavares, no mesmo artigo de opinião, no jornal já supracitado (e cuja leitura me foi sugerida pelo meu amigo Pedro Correia), considera que cada mudança tecnológica tem consequências inesperadas na nossa forma de pensar e de agir. “Mesmo pessoas muito sábias reagiam teimosamente mal a algumas das tecnologias que mais fizeram pela humanidade. Um dos casos mais célebres é o de Sócrates, que rejeitava uma tecnologia relativamente recente no seu tempo - a escrita - por considerar que ela poderia destruir a memorização e assim encorajar o facilitismo”. Ah, bom – fico mais descansada relativamente à minha recusa do novo…
Ou não… seguindo a sugestão do mesmo autor, resolvi encarar o iPad (especificamente, a sua faceta como ebook) à luz das criações tecnológicas do passado. E o que ressalta é o seguinte: cada objecto tem a sua própria lógica evolutiva. O iPad, à semelhança de outras invenções, acabará por revelar, com o tempo, se será, ou não, uma viragem paradigmática na interacção entre tecnologia e cultura. Em suma, só o tempo dirá qual o efeito na sociedade daquilo que o iPad é e do que aprendermos a fazer com ele.
E por falar em resistência teimosa à inovação, que dizer deste vídeo de nuestros hermanos, encontrado no YouTube, louvável no seu propósito de apelo à leitura, mas com um efeito algo cómico; se intencional ou não, é coisa que ainda não percebi…


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