terça-feira, 21 de dezembro de 2010

Yule

O nome "Yule" deriva da palavra nórdica "yula", que significa roda, e é associado ao Solstício de Inverno - o dia mais curto e a noite mais longa do ano. É um Sabbat próprio para a reflexão, para recordar e para celebrar o regresso da luz, que em breve irá de novo fertilizar e aquecer a terra. É o dia em que se festeja o Sol, o trovão e as deidades do fogo.

Nas ruas eram acesas grandes fogueiras enquanto que dentro de casa se acendiam os troncos de Yule, numa forma simbólica de "ajudar" o Sol a fortalecer-se. Os troncos queimados e as suas cinzas eram guardados como talismãs contra os raios e os incêndios.

O tronco de Yule, de madeira de freixo, era acendido na noite do Solstício, e deveria ficar aceso à primeira tentativa. Para cumprir o ritual, teria de se conservar aceso durante doze horas para dar sorte. A árvore enfeitada é uma variante do tronco, onde se acendem velas em vez de se queimar a madeira. Abater uma árvore para a trazer para dentro de casa é já um sacrilégio em relação ao conceito original, que é o de honrar os deuses enfeitando uma árvore de folha perene, mas uma árvore viva, enraizada.

O costume de trocar prendas nesta data também é próprio das tradições de Yule. As pessoas costumam dar presentes umas às outras para assinalar a passagem dos ciclos de vida, ou seja, sempre que se completa mais um ano de vida, quando nasce uma criança, quando há um casamento e nos sucessivos aniversários da data, e até na morte, com oferendas ao defunto (actualmente, missas e flores).

Em Yule, é o ciclo do Deus Sol que se comemora. É a partir do Solstício de Inverno que os dias vão começar a crescer, portanto é esta a data do seu "nascimento" - daí a ideia das pessoas trocarem prendas, para comemorarem mais um ano todos juntos.

Muitos dos costumes cristãos nesta época derivam das tradições celtas. Uma tradição oriental conta que Maria deu à luz no vigésimo quinto dia, mas não refere em que mês. No ano 320, os sacerdotes romanos escolheram o mês de Dezembro, de forma a fazer coincidir a festa cristã com a dos celtas e saxões ( fazer o calendário religioso coincidir com o dos povos conquistados era uma boa forma de conseguir adeptos, ou pelo menos, simpatias). Em 529, o imperador Justiniano impôs o 25 de Dezembro como feriado obrigatório e em 567, o Concílio de Tour alargou o Natal aos doze dias que vão de 25 de Dezembro a 6 de Janeiro, a Epifania, pelo que, na Idade Média, Natal não designava um só dia, como actualmente, mas todo esse período de doze dias.

Algumas tradições comemoram a Deusa sob a forma da Mãe que dá à luz o Deus Sol. Muitos pagãos também armam um presépio em casa, dando às três figuras um sentido diferente: a Mãe Natureza, o Pai Tempo e o Deus Sol recém-nascido. Outros celebram a vitória do Senhor da Luz sobre o Senhor da Escuridão.

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