domingo, 26 de junho de 2011

Calor

O sol a prumo sobre a praça parada...

As janelas têm as portadas fechadas à quentura.
Dentro das casas a vida está suspensa.

À sombra abafada de uma árvore,
um cão vagabundo dormita estendido,
e garotos brincam pacíficos e silenciosos.

Detrás dos balcões das casas comerciais,
os caixeiros bocejam e enxotam as moscas,
enquanto os patrões lêem os jornais e bocejam,
passando os lenços pelas frontes suadas.

Na torre da igreja, o relógio atrasado
dá uma hora vaga que ninguém espera...

A água cai do chafariz inútil...

Alberto de Serpa (1906-1992)








Emmerico Nunes (1888-1968), Sines, 45º à sombra

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