sexta-feira, 19 de outubro de 2012

da Arte

Para dar e baralhar
Deitar fogo ao modelo.
Vender a alma ao diabo.
Lançar-se nas águas do seu próprio reflexo.
Resistir ao afogamento.
Seguir vestígios.
Caçar e ser caçado.
Devorar a caça.
Brilhar daquilo por que se é devorado.
Ser um mentiroso, um actor, um fingidor.
Ser o único vivo na terra dos mortos.
Pagar mal as contas, isto é, delapidar.
Manter-se um pedinte.
Perder-se na alta floresta.
que porque morro...
Cito Maria Filomena Molder, para quem estas são formas de obscuridade – a lista é incompleta, com todas as consequências – imanentes à arte, à poesia, à música, que parecem tornar muito problemática a sua relação com a cultura, quando esta se converte em produção industrial.
Ao lê-la aqui de onde estou (em casa sentado na minha poltrona) pergunto-me assim sobre o cinema actual, o que há de canibalismo na indústria?
Antes de morrer, Éric Rohmer disse que o Cinema estava morto.
Quem acredita
Na Ressureição
Feche os olhos
Levante o braço
Diga Eu
Ou Peça
Para Ver
Tocar na ferida.

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